18/04/2013

TOCA-E-FOGE

Uma escala-relâmpago em Buenos Aires que nem deu para ensaiar uns passos de tango na fila do check-in; uma tarde em El Calafate a correr de multibanco em multibanco - não porque nos desse prazer, como podem imaginar; e finalmente a visita de sonho ao mauzão do glaciar - esse mesmo, esse que rosna mas não morde, esse de imaculado branco que apetece tocar.

Esta primeira passagem pela Argentina foi o que algumas pessoas chamam de "visita de médico".

Foi um toca-e-foge.

À letra? Não: até porque nem tocámos em nada. Tirámos umas fotos, pasmámos de boca aberta com o gelo a cair na água, meditámos sobre as "coisas da vida"... mas não tocámos em nada.

E, no entanto, conta a intenção. E a gramática. Este foi, sem dúvida, o toca-e-foge mais espectacular que poderia imaginar, Argentina.

Gostava de poder ficar mais tempo: queria conhecer El Chalten e fazer um trekking até ao Monte Fitz Roy; quem sabe descer até Ushuaia... mas, como outras coisas ao longo desta viagem, fica para a próxima.

Sem tempo para fazer tudo o que gostaríamos, há que fazer escolhas. E depois de debatermos prós e contras e vontades e gostos de cada um; depois de consultarmos amigos, especialistas e curiosos... decidimos ir para Puerto Natales, no Chile - o ponto de partida para o Parque Nacional Torres del Paine.

Assim sendo: saímos hoje de madrugada do hostel, debaixo de um céu pintado de fogo, com a cabeça ainda à roda com o glaciar espectáculo de ontem, os bolsos com alfazema arrancada dos arbustos em frente ao quarto, a mochila com o que sobrou do piquenique... e sentámo-nos num autocarro com mais trinta estrangeiros.

Foi um toca-e-foge, Argentina, mas prometo que voltamos em breve. Ainda durante esta viagem.


1 comentário:

Clara Amorim disse...

Sim, também queríamos mais Argentina...!
Ok, fica para a próxima!!! Sim, porque há sempre uma próxima...