29/05/2013

PATRÍCIA

Chegámos a Montevideo de manhãzinha - tão cedo que decidimos queimar tempo no terminal de autocarros, antes de ir procurar um hotel. Enquanto tomávamos o pequeno-almoço, comecei a reparar que imensa gente trazia caixas de binóculos. Nunca tinha visto nada assim, e até comentei com o Bunty que devia haver algum parque natural ali perto, onde se pode ver pássaros, porque não vejo outra explicação para tanta gente andar com caixas de binóculos a tira-colo.

Outros pormenores em que reparámos, tanto no terminal como durante o dia, nas volats que demos pela cidade: é comum ver pessoas a abanar a cabeça ao som de música e a cantarolar; e há uma obsessão com o mate. Já se via muita gente em Buenos Aires a beber a dita bebida através de uma chávenas especiais com a palhinha... mas aqui é a loucura. Quase toda a gente anda com a chávena e o respectivo "termos": no autocarro, nos jardins públicos, enquanto passeiam - é, literalmente, uma obsessão nacional.

Acabámos por ficar a descansar no quarto, de manhã, depois de encontrarmos um hotel. Estávamos cansados da viagem nocturna - mesmo assim saímos a tempo de almoçar. Atravessámos meia cidade a pé até ao Mercado, onde comemos um arroz de marisco que não estava nada de especial... mas fomos "apresentados" à Patrícia e gostámos logo dela.


Durante toda a tarde, caminhámos. Num ritmo mais lento do que é costume, porque ainda não estou recuperado das mazelas do trekking no Chile, mas caminhámos. Vimos o mausoléu do General Artigas, algumas igrejas e um antigo teatro, passeámos pelas ruas da cidade velha... e se por um lado a cidade não tem nada de espectacular, por outro existe um charme discreto nos pormenores, no potencial por explorar, na tímida simpatia das suas esquinas, das pessoas, do ar que se respira.
Gostei de Montevideo. Não da forma quase violenta com que me apaixonei por Buenos Aires - mas gostei. Apetece ficar um bocadinho mais, explorar melhor, perceber a sua mentalidade.

E no entanto não tínhamos muito tempo, as dores no joelho continuavam a influenciar o ritmo... precisávamos de praia. Precisávamos urgentemente de areia entre os dedos dos pés, de mar e uma toalha estendida, de dias inteiros sem fazer nada.

Decidimos ficar apenas uma noite. Amanhã prosseguimos viagem.

1 comentário:

Clara Amorim disse...

Ele é barco Eládia Isabel, ela é cerveja Patrícia... A coisa promete no Uruguai...! ;)